Apresentação

Gerar, disseminar e debater informações sobre ENERGY DRINKS, sob enfoque de Saúde Pública, é o objetivo principal deste Blog produzido no Laboratório de Vida Urbana, Consumo & Saúde - LabConsS da FF/UFRJ, com participação de alunos da disciplina “Química Bromatológica” e com apoio e monitoramento técnico dos bolsistas e egressos do Grupo PET-Programa de Educação Tutorial da SESu/MEC.

Recomenda-se que as postagens sejam lidas junto com os comentários a elas anexados, pois algumas são produzidas por estudantes em circunstâncias de treinamento e capacitação para atuação em Assuntos Regulatórios, enquanto outras envolvem poderosas influências de marketing, com alegações raramente comprovadas pela Ciencia. Esses equívocos, imprecisões e desvios ficam evidenciados nos comentários em anexo.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A bebida da balada

O que se sabe sobre os energéticos e o que os põe sob suspeita médica?





Elas são doces, levemente gaseificadas, têm sabor de fruta e prometem energia e disposição. A combinação parece perfeita para quem deseja uma dose extra de ânimo naqueles dias em que o corpo está exausto, mas a noite promete ser longa e agitada. Os energéticos são a bebida das baladas. Não contêm álcool – mas ele é encontrado, em altas doses, no corpo de mais da metade de seus usuários. Um hábito está associado ao outro. É por isso, entre outras razões, que os energéticos estão na mira das autoridades de saúde. Até que ponto eles podem agredir ou ajudar seu corpo?






Um dos mais abrangentes estudos feitos com essas bebidas será publicado em fevereiro na revista científica americana Alcoholism: Clinical & Experimental Research. Pesquisadores de três universidades americanas acompanharam a rotina de mais de 1.000 estudantes universitários. A primeira conclusão é que os jovens que misturam energéticos com álcool relatam se sentir menos bêbados do que de fato estão. O sujeito perde a coordenação motora, fica com os reflexos lentos e tem dificuldade para organizar as ideias, mas acha que está 100%. "Ele acha que está apto para tudo, mas seu estado pode ser descrito como embriaguez desperta", diz Amelia Arria, da Universidade de Maryland, uma das autoras da pesquisa.

A segunda conclusão é uma consequência da primeira. Por mascararem os efeitos de sonolência causados pelo álcool, os energéticos impulsionam o consumo exagerado de bebida. "A pessoa acha que está melhor do que realmente está, por isso bebe ainda mais", diz Amelia. O estudo também revela o que boa parte das pessoas já sabia: os jovens que consomem energéticos em maior quantidade (52 vezes ou mais por ano) são também os que se embriagam mais cedo e com maior frequência.

Energéticos são bebidas que contêm estimulantes cerebrais, como cafeína e taurina, que agem no sistema nervoso, aumentando o estado de atenção do indivíduo. Essas substâncias também estão presentes no café, no chocolate e no refrigerante. Em doses moderadas (uma latinha, que contém 79 miligramas de cafeína, equivale a pouco mais de uma xícara de café) e sem a mistura com álcool, são substâncias que não apresentam riscos à saúde, dizem os especialistas. "Já para diabéticos, idosos e pessoas sensíveis á cafeína, os energéticos podem apresentar risco cardiovascular" diz Sionaldo Eduardo Ferreira, pesquisador da área de Educação Física e Psicobiologia, com ênfase em comportamentos abusivos, da Unifesp.

Mas, da forma como são consumidas, os jovens ultrapassam facilmente o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde, de 200 miligramas. Isso equivale a duas latas e meia. O ator e modelo paranaense Junior Mariano, de 23 anos, diz já ter consumido cinco latinhas de energéticos em uma noite. "Eu misturo com vodca para suavizar o gosto do álcool", diz. "Fica mais gostoso." Ele conta que quando exagera na dose sente o coração acelerado e tem dificuldade para dormir. Algumas marcas tentam associar o efeito da bebida ao de algumas drogas. O fabricante de um energético chamado "cocaine" (cocaína, em inglês) foi obrigado a mudar o nome de seu produto e suspender o vídeo de divulgação do produto. Nele, um jovem aparece cheirando a latinha antes de colocá-la na boca. "Eles tentam passar a ideia do efeito da droga e isso é muito perigoso", diz o pesquisador Bruno Gualano, da Escola de Educação Física e esporte da USP, que estuda a influência da nutrição no desempenho motor.

O que diz a Red Bull
"O Red Bull Energy Drink está disponível em mais de 160 países porque as autoridades de saúde em todo o mundo concluíram que o produto é seguro para consumo. Cerca de 30 bilhões de latas foram consumidas desde que foi criado, há 24 anos . O consumo bebidas energéticas combinada com bebidas alcoólicas não é recomendado, conforme indicado na lata do produto".

O primeiro energético a chegar às prateleiras foi o Red Bull, lançado na Alemanha em meados de 1987. No Brasil, a marca desembarcou nos anos 90 e hoje é líder, com 40% do mercado. O Red Bull Energy Drink, disponível em mais de 160 países, afirma em nota oficial que a combinação de álcool e energético não é recomendada, conforme indica o rótulo de seus produtos. Consomem-se no Brasil cerca de 87,5 milhões de litros de energéticos por ano. É pouco menos que o consumo de isotônicos, bebidas usadas para reposição de sais minerais nas atividades esportivas. Algumas pessoas confundem isotônicos e energéticos, mas eles são totalmente diferentes. Um hidrata o corpo, o outro estimula o cérebro.

No Canadá e nos Estados Unidos, os dois países que mais consomem energéticos do mundo, a vigilância sobre o produto é intensa. Os estudos revelam que os acidentes de trânsito mais graves têm a "bebida da balada" associada ao álcool. "Chegamos a um ponto em que as pessoas começam a tomar em jejum, em vez do café da manhã", afirma Albert Schumacher, da Associação Médica Canadense.

Um estudo que será divulgado na próxima semana pela ProTeste, a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, revela que os energéticos também têm problemas nos rótulos. Marcas como Atomic, Monster, Night Power e Red Hot são mais açucaradas do que dizem ser.




Fonte:Revista Época-29/01/2011
Disponivel em:http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI206627-15201,00-A+BEBIDA+DA+BALADA.html

11 comentários:

Anônimo disse...

Na minha opinião o problema dessas bebidas é o marketing, que induz as pessoas a uma forma de consumo prejudicial.

Verve disse...

I love energy drinks. And my Verve energy drink does the same benefits here.

Vanessa Montenegro disse...

Como o trabalho em questão afirmou, ainda existem muitos problemas quanto à rotulagem de bebidas energéticas. Nesse sentido, faz-se necessário um constante aperfeiçoamento das ações de controle sanitário na área. Um exemplo de falha de comprimento da legislação vigente, é o rótulo do energético Burn. A bebida em questão, ao contrário do que prevê a legislação vigente - Resolução RDC nº 273, de 22 de setembro de 2005 de autoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) - não apresenta a advertência em destaque e em negrito: "Crianças, gestante, nutrizes, idosos e portadores de enfermidades: consultar o médico antes de consumir o produto".
Assim como este produto, outros podem vir a ser apresentados ao consumir com falhas gravíssimas de adequação à legislação, podendo ocasionar danos irreversíveis à saúde de seus consumidores.
Deste modo, é muito importante que as autoridades sanitárias exercam seu poder no que tange o comprimento da legislação vigente. Além disso, é relevante a produção de trabalhos nesta área, de modo à esclarecer dúvidas de consumidores, evitando assim que estes sejam levados ao erro.

Zike disse...

De fato, é de longa data a tentativa de se amenizar o gosto ruim do álcool e amenizar também os efeitos de intoxicação do álcool, porém até a chegada das "bebidas energéticas" ao mercado esta tentativa era frustrada. Entretanto, ainda não existem evidências científicas sobre quais são os mecanismos farmacológicos e fisiológicos responsáveis por essa redução dos efeitos causados pela intoxicação por álcool. Existem hipóteses sobre um possível efeito antagônico causado pela mistura do álcool com os componentes presentes no "energético". Especula-se também que a taurina possa interferir no metabolismo do álcool. Quanto ao mecanismo existem relatos de diminuição do sono e de aumento da sensação de prazer ao se ingerir bebidas alcoólicas em combinação com energéticas sugerem que estas poderiam prolongar a duração dos efeitos excitatórios do álcool. Uma possibilidade de explicação para este efeito seria uma modulação da neurotransmissão gabaérgica exercida pela taurina. Sabe-se que o efeito depressor do álcool está associado a aumento da neurotransmissão mediada pelo GABA. Desta forma, diminuindo a atividade gabaérgica, a taurina reduziria o efeito depressor do álcool. É possível também que a redução do efeito depressor do álcool seja devida às ações estimulantes da cafeína no córtex cerebral. Alguns estudos demonstram que em determinadas doses a co-administração de cafeína reduz alguns dos efeitos depressores do álcool. Entretanto, não há estudos sobre a administração conjunta de taurina, cafeína e álcool que permitam fortalecer alguma destas hipóteses. Fora que muitos destes testes são apenas realizados com animais, e ainda não existam testes em humanos, fazendo com que os resultados não possam ser totalmente conclusivos. No rótulo dos "energéticos" existe a recomendação de que não se associe álcool a este tipo de bebida, o problema é que o consumidor não respeita.

Anônimo disse...

Pessoal, tomei meia lata do Monster na guyana inglesa, eu não estava cansado nem nada tomei por tomar, alguns minutos depois sentir um apagão quase caio, fui pro carro e sentei lá sem saber o que estava acontecendo. Melhorei após 40 minutos. Contei a um médico ele disse que eu esta infartando e pra eu ficar longe dos energéticos.
Eu estava bem de saúde e quase estrago tudo. to fora dessas bostasd

Caroline Nabarro disse...

Em relação a identidade, as bebidas energéticas e Energy drink são as nomenclaturas designadas para “compostos líquidos prontos para consumo”. A maioria destas bebidas apresenta componentes como: taurina, cafeína, guaraná, ginseng, glucuronolactona e vitaminas. A fiscalização desta bebida se dá, entre outros fatores, pelo teor de cafeína, sendo que este não deve ultrapassar 350 mg/L. No que diz respeito a rotulagem deste produto, segundo a legislação vigente (RDC nº 273, de 22 de setembro de 2005), devem apresentar na lista de ingredientes a quantidade de cafeína, taurina, inositol e glucoronolactona presente na porção do produto. Além disso, não são permitidas expressões tais como "energético", "estimulante", "potencializador", "melhora de desempenho" ou frases equivalentes, inclusive em outros idiomas e serão permitidas as expressões "Bebida energética" ou "Energy drink" sendo que o uso de qualquer outra expressão pode ser autorizada após avaliação pela ANVISA.
Muitas das respostas fisiológicas com a administração de cafeína são opostas às de adenosina, por isso há uma sensação de vigor, diminuição do sono e fadiga. Sendo assim, as substâncias estimulantes eram inicialmente usadas por desportistas, visando incrementar a resistência física, levar a uma maior concentração nas atividades exercidas, evitar o sono, estimular o metabolismo e ajudar a eliminar substâncias nocivas para o corpo. Porém, é importante diferenciar as bebidas energéticas daquelas conhecidas como Sport drinks. Desta forma, as bebidas para o esporte possuem a função de repor fluídos e prover carboidratos e não contém normalmente os principais ingredientes das bebidas energéticas tais como: cafeína, taurina e glucoronolactona. A cafeína é uma substância considerada segura, no entanto, deve ser utilizada com cautela por gestantes, crianças, idosos e pessoas sensíveis aos efeitos da cafeína, visto que o consumo excessivo de cafeína produz sintomas de cafeinismo (como: ansiedade, agitação, tensão muscular, palpitações cardíacas) e também porque ainda há muitas divergências em relação às concentrações adequadas para o uso deste componente e sua interação com outras substâncias como, por exemplo, o álcool.

Paloma R. Alves disse...

Já ocorrem casos de morte devido ao uso de energéticos, essas mortes provavelmente estão relacionadas ao abuso do energético que já possui uma grande quantidade de cafeína, açúcar e outros ingredientes que podem levar a sérios efeitos colaterais como insônia, aceleração ou irregularidade dos batimentos cardíacos, irritabilidade, agitação, entre outros. Além da cafeína muitos desses produtos contêm ingredientes como guaraná, açaí, taurina, ginseng, arnitine, creatina, inositol, ginkgo biloba e outros com efeito estimulante, que em excesso também podem causar problemas para a saúde. Porém, nem sempre o consumo de energéticos é negativo. Alguns estudos já têm mostrado que a taurina pode ser capaz de melhorar a desempenho atlético, e em outros estudos, ainda não conclusivos, vem mostrando uma possível melhora no desempenho mental.
Então, é necessária uma forte fiscalização sobre a rotulagem desses produtos, informando detalhadamente os ingredientes, e se for o caso vir indicando restrições de uso, pessoas que não devem fazer uso desse produto. Também seria interessante pensar em uma maneira de orientar a população (informes após as propagandas, cartilhas) sobre os riscos do uso indiscriminado dos energéticos.

Unknown disse...

Esse tema me interessa muito, pois assim como eu, muitos jovens consomem energy drinks hoje em dia, não só na balada como muitas vezes no dia-a-dia, com o objetivo de aguentar a maratona de estudos da “madruga”, de forma a continuar atento e com disposição, driblando o sono. Portanto, é sempre muito importante ficar por dentro desse assunto, sabendo os riscos x benefício que esse tipo de bebida pode nos causar, saber com o que estamos lidando. Creio que as informações descritas neste trabalho serviram para o conhecimento e conscientização dos leitores. Bom, então eis aqui meu ponto de vista: Não é atoa que os médicos se preocupam com o excesso de bebidas energéticas consumidas pela população, principalmente pelos jovens. Usada inicialmente por atletas, de forma a ajudar na resistência física, esse tipo de bebida passou a contemplar quase que diariamente, diferentes grupos sociais que tenham o intuito de ficarem “ligados”. Porém, infelizmente é esquecido que energéticos são estimulantes cerebrais e também agem no coração. Isso porque um dos componentes desses energy drinks é a cafeína, que é um dos mais potentes estimulantes dos receptores de rianodina, levando a uma grande liberação de cálcio dentro das células cardíacas. Também existem efeitos sobre a capacidade do coração de se contrair e usar o oxigênio. Especialistas relatam que a síndrome da cafeína pode causar sintomas cardiovasculares, psiquiátricos e também neurológicos tais como: tremores, ansiedade, dor de cabeça, angina, arritmia cardíaca, taquicardia, parada cardíaca e até mesmo morte súbita. Sendo assim, é importante que pessoas que já apresentem problemas no coração não consumam bebidas energéticas. O público também tem que saber que os energéticos não devem ser consumidos durante exercícios físicos. Outra informação interessante é que, segundo um grupo de especialistas britânicos, as bebidas energéticas podem conter até 20 colheres de açúcar por embalagem, o triplo da dose diária recomendada, e como o consumo dessas bebidas é cada vez mais precoce e dificilmente bebe-se 1 lata, imaginem só a quantidade de açúcar ingerida no total?! Este fato pode ser uma das causas para o aumento da obesidade e diabetes tipo 2 a longo prazo. Contudo, os energéticos devem ser consumidos com cautela e moderação, respeitando o limite de cafeína recomendado pela OMS de 200mg.

Anônimo disse...

Como tomar o HPower Energg Drink ?
Puro,Guaraná,Bebidas?
Pra tomar o Energg Drink. Pode Tomar todo de uma só vez?
se quiser tomar Puro,tomar tudo de uma so vez ? se quiser misturar em algo, colocar tudo de uma só vez misturada ?
Só é essa a minha Dúvida.
Obgd

Jossi disse...

Bobagem! Tudo o que tem de "energizante" nessas bebidas é a cafeína. Com uma xícara de café ☕ sem açúcar e sem leite fica-se com muito mais energia que bebendo "Red Bull".

Mylena Dutra disse...

Como foi dito no texto, geralmente quem consome esse tipo de bebida em festas, faz seu consumo de forma exagerada, passando o limite de cafeína recomendado pela OMS de 200 mg. Logo, sentem os efeitos colaterais causados por estes energético, como aceleração dos batimentos cardíacos e insônia. Além do grande risco, quando são associados a bebidas alcoólicas, estando relacionado aos acidentes de trânsito.

Em uma outra reportagem que fala justamente sobre os problemas nos rótulos de algumas marcas de bebidas energéticas. O estudo realizado pelo ProTeste (o mesmo citado no texto, porém realizado em 2017) revelou excesso de açúcar e sódio, e que a maioria das marcas não possuía uma tabela nutricional adequada. Segundo a reportagem muitas bebidas deixaram de seguir alguns pontos importantes da RDC N°273/2005 que dispõe sobe a padronização, classificação, registro, inspeção, produção e a fiscalização de bebidas . Algumas marcas são consideradas "bombas de açúcar", logo, é importante ler sobre este tema, e saber os riscos relacionados ao seu consumo, visto que estas bebidas são muito consumidas além das festas.

Reportagem disponível em: https://veja.abril.com.br/saude/teste-revela-marcas-de-energeticos-com-excesso-de-acucar-e-sodio/